Nem Deus, nem Diabo, Ferrovia da passividade: Relato de Dois Jovens em Rondônia.
Camila Felisberto
Sousa
Muito
mais
importante
do
que
os
problemas
sociais
que
abarcam
este
Estado
é
se
iremos
tratar
a
estrada
de
ferro
Madeira-Mamoré
de
“ferrovia
do
diabo”
ou
“ferrovia
de
deus”.
Porque
os
milhares
de
cidadãos
em
condição
miserável,
os
pedintes,
os
usuários
de
drogas,
os
jovens
em
contato
com
o
mundo
violento
do
tráfico,
a
educação
e
a
saúde
sempre
reciclada
pelos
governantes
devem
esperar
que
Excelentíssimos
artistas
reunidos
no
Encontro
das
Fronteiras
(e
já
é
o
2º!)
decidam
se
a
ferrovia
é
celestial
ou
abissal.
Porque
estas
dificuldades
sociais
não
são
abarcadas
por
esta
arte
regional.
Que
de
regional
não
tem
nada.
Pois
uma
arte
regional
poderia
até
mesmo
tratar
destes
assuntos,
mas
se
preocuparia
com
os
seres
que
estão
(após)
os
espaços
geográficos
e
os
monumentos
culturais,
cultuados
acima
de
tudo
como
pilares
e
deuses
do
progresso,
que
Rondônia
está
aquém,
pois
é
indígena
e
ultrapassada.
Os
povos
tradicionais
devem
ser
lidos
apenas
como
heróis,
sacrificados
em
nome
do
progresso
e
como
são
preguiçosos
aqueles
que
insistem
em
se
chamar
indígenas
visando
“mamar
nas
tetas
do
governo”.
Esta
forma
de
arte
local,
preocupada
em
criar
seus
heróis,
em
pintar
Rondônia
para
o
Brasil
e
o
mundo,
pouco
se
preocupa
com
Rondônia.
Se
ela
discute
quem
é
o
dono
da
Casa
de
Cultura
ou
do
Mercado
Cultural,
se
é
bendita
ou
maldita
ferrovia,
se
ela
canta
odes
ao
progresso
que
chegou
com
a
ciência
à
atrasada
e
primitiva
Rondônia,
se
Deus,
o
Deus
cristão
e
não
o
deus
das
diversidades,
está
com
eles
ou
não,
como
presidentes
americanos
em
suas
cadeiras,
dominando
o
mundo
que
antes
era
sem
cor.
Estes
artistas
locais
não
dão
cor
à
Rondônia,
eles
a
deixam
atrás
da
fala
do
Estado
e
do
positivismo
gritante
de
nossa
sociedade
excludente
e
alienante.
O
pensador
Foot
Hardman2
já
aponta
que
é
importante
não
cultuar
a
Estrada
de
Ferro
como
é
de
interesse
destes
artistas
reunidos
neste
encontro
das
fronteiras,
mas
sim
olhar
para
o
passado
e
fazer
uma
referência
direta
ao
presente.
Coisa
que
não
fazem
nossos
grandes
artistas,
e
olha
que
eles
viveram
suas
vidas
para
“pensar
Rondônia”.
Lá,
reunido
no
calor
das
compras
de
Guajará
Mirim,
esqueceram
das
mortes
que
ocorreram
nas
obras
da
Ferrovia
do
DEABO.
Não
sabem que duas justificativas foram decisivas para a construção de
uma estrada de ferro no meio do “inferno verde”: primeiro,
propiciar a todos um meio de transporte mais moderno (com maior
rapidez, ‘menor custo’), segundo que subjaz a esse discurso,
estava implícita a facilitação das relações comerciais. Assim o
essencial na construção, inauguração e ativação das linhas
ferroviárias era o desenvolvimento econômico (lograr uma forma de
comercio mundial que fosse eficaz).
E
como
desenvolvimento
econômico,
voltado
para
o
progresso,
(como
por
exemplo,
as
usinas)
ele
visa
melhorar
o
processo
de
acumulo
de
capital
por
parte
de
alguns,
matando
os
animais
e
pessoas
que
forem
necessários
para
o
fim
sagrado
desta
tarefa.
E
toda
“tarefa
sagrada”
tem
seus
bardos,
seus
poetas
e
tem
seus
mortos,
injustiçados.
E
por
trás
da
“tarefa
sagrada”
há
um
porco
burguês
enriquecendo
e
o
cidadão
sendo
oprimido.
Nós poderíamos
esperar que os “bardos e escribas de Rondônia” partissem em
defesa dos homens que morreram, dos homens que vivem, mas isso é
utopia. Eles defendem a característica sagrada da missão do
progresso, chamando a Ferrovia de “de Deus”. Assim como eles se
calaram quando as Usinas vieram e poucos, alguns mais progressistas,
foram registrar os erros já cometidos por todos nós.
Daqui uns anos, se
curvem para esta visão profética, estarão os Excelentíssimos
Acadêmicos e Poetas de Rondônia cultuando o progresso das Usinas de
Deus, e não do Deabo, enquanto outros milhares de Rondonienses
continuam a ser explorados pelos filhos das elites. Os filhos dos
poetas bajulam os filhos da burguesia, e no fim, todos acabam por
feder!
1
Acadêmica
do
curso
de
História.
Acadêmico
do
Programa
de
Pós
Graduação
em
Educação.
Ambos
estudantes
da
Universidade
Federal
de
Rondônia.
2
A partir do livro “O Trem Fantasma”.


Edital 004/CE/DCE/UNIR/2012
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIR
COMISSÃO ELEITORAL 2012
EDITAL 004/CE/DCE/UNIR/2012
SUSPENDE PARTE DOS PRAZOS DO PROCESSO ELEITORAL 2012
SUSPENDE PARTE DOS PRAZOS DO PROCESSO ELEITORAL 2012
A Comissão Eleitoral, no uso de suas atribuições e considerando
(I) a greve nacional deflagrada pelos professores das Instituições
Federais de Ensino Superior, à qual aderiram os professores da UNIR;
e (II) o Art. 54 do Regimento Eleitoral 2012, que trata dos casos
omissos neste, vem tornar pública a decisão de suspender, pelo
período em que durar a Greve dos Professores da UNIR, uma parte dos
prazos do Processo Eleitoral DCE/UNIR/2012. Neste sentido, ficarão
suspensas as seguintes datas:
- A data de 23 de maio para a indicação, por parte dos campi, dos respectivos mesários;
- A data de 28 de maio para a realização do debate entre as chapas;
- A data de 29 de maio para o fim do período de campanha eleitoral;
- A data de 31 de maio deste ano para a realização do processo de votação.
Ficarão os estudantes dos campi
livres para a realização de suas respectivas assembleias no momento
em que julgarem o mais adequado, até que se definam novos prazos, o
que dar-se-á quando do retorno à normalidade das atividades
acadêmicas.
Ficarão, da mesma forma, ambas as chapas homologadas para o Pleito
livres para a realização de suas respectivas campanhas, pelo
período em que durar a Greve dos Professores, devendo ser afixado
novo prazo para o fim do período de campanha eleitoral quando da
retomada das atividades acadêmicas.
Informa a Comissão que, quando do retorno da normalidade às
atividades acadêmicas, novos prazos serão definidos, em
conformidade com o que melhor atender ao interesse coletivo dos
estudantes da UNIR.
A Comissão, por fim, encoraja a todos os estudantes à prestação
do seu apoio à luta que se desenvolve entre os professores,
considerando as justas bandeiras de reivindicação que estes
levantam, bandeiras estas que, consideradas as políticas de
sucateamento sistemático da Educação Superior Pública Brasileira
que vêm sendo implantadas pelo Governo Federal nos últimos anos,
atingem, de forma tão ou mais grave, também a nós, estudantes.
Registre-se. Publique-se. Cumpra-se.
Porto Velho, 21 de maio de 2012.
Daniele Severo da Silva (em
substituição a Aline Cristina de Almeida Lopes)
|
Alisson Diôni Gomes
|
Anderson Moronha Soares
|


Gestão Interina
Tecnologia do Blogger.
MANIFESTAÇÃO

Fotos
Pesquisar conteúdo
Artigos Mais Vistos
-
A Comissão Eleitoral divulga a lista completa com integrantes, campus e a respectiva coordenadoria dos membros das chapas concorrentes ao ...
-
Parte 2: Hoje, dia 27 de setembro de 2011 não fosse a situação cômica por parte de um dos entrevistados na Rádio Educativa FM 94,5, s...
-
Um novo trote por uma nova Universidade Manifestamos nossas saudações ao momento de integração entre veteranos e calouros qu...
-
Porto Velho, 25 de novembro de 2011. Vimos aqui denunciar mais uma vez as armações e tramoias da quadrilha de Januário...
Categorias
- advogado (1)
- APOIO (36)
- ARIQUEMES (1)
- BONECO (1)
- BURITIS (1)
- Cacoal (1)
- DIREITO (1)
- ELEIÇÃO REITORIA (1)
- ESCOLA POPULAR (1)
- Eventos (1)
- FORA JANUÁRIO (1)
- GREVE (72)
- GREVE 2011 (1)
- IMPRENSA (1)
- IV ENCONTRO ESTUDANTES (1)
- JANUÁRIO (1)
- Jí-Paraná (1)
- JIRAU (1)
- latifúndio (1)
- Lúcio Flávio (1)
- Luta Camponesa (3)
- MANIFESTAÇÃO (2)
- MATERIAS (1)
- MEC. (1)
- MEPR (1)
- NOTAS (10)
- OCUPAÇÃO (49)
- OPERÁRIOS JIRAU (1)
- Pará (1)
- povo (1)
- PROFESSOR RENATO (1)
- REBELIÃO (1)
- REITOR (1)
- REVOLTA JIRAU (1)
- ROLIM DE MOURA (1)
- UNIMONTES (1)
- UNIR (22)
- USP (1)
- VIDEO (2)
Arquivos do blog
- julho (5)
- maio (9)
- abril (7)
- março (6)
- fevereiro (5)
- dezembro (1)
- novembro (3)
- outubro (1)
- julho (4)
- junho (7)
- maio (3)
- abril (3)
- março (4)
- fevereiro (9)
- janeiro (2)
- dezembro (4)
- novembro (9)
- outubro (4)
- setembro (4)
- agosto (10)
- julho (2)
- junho (2)
- maio (8)
- abril (10)
- março (4)
- dezembro (7)
- novembro (47)
- outubro (25)
- setembro (21)
- agosto (2)
- julho (1)