ESTUDANTES E PROFESSORES DE ROLIM DE MOURA EM GREVE POR TEMPO INDETERMINADO


Reunidos ontem, 15 de setembro, à tarde e à noite, estudantes da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, do Campus de Rolim de Moura, decidiram em maioria absoluta por iniciar uma Greve Geral por tempo indeterminado. Em nova assembléia realizada na manhã desta sexta-feira, 16, a decisão foi reafirmada pelos estudantes do período vespertino. Também na noite de 15 de setembro, em Assembléia Geral, os Docentes do campus de Rolim de Moura, por maioria absoluta aderiram à Greve dos professores iniciada em Porto Velho.

A decisão de entrar em greve, motivada por uma extensa pauta de reivindicação que foi fruto da paralisação ocorrida nos dias 23 e 24 de agosto pelos estudantes da UNIR de Rolim de Moura, também foi influenciada pelo movimento ocorrido no campus da UNIR, em Porto Velho, e que, segundo a avaliação dos grevistas de Rolim de Moura, só reforça o caos existente nesta IFES.

REUNI: EXPANSÃO IRRESPONSÁVEL

Dentre os principais problemas denunciados, estão a falta de infraestrutura, que os cursos da UNIR, alguns com cerca de 20 anos, já enfrentavam e que agora se somam a inúmeros cursos criados através do Programa de Expansão do governo federal, o REUNI, que não oferecem mínimas condições de funcionamento: salas de aula, professores efetivos, laboratórios, equipamentos, acervo bibliográfico, entre outros. A Universidade, que deveria oferecer Ensino, Pesquisa e Extensão, padece até em condições mínimas de Ensino. “É a precariedade do trabalho docente. Dediquei minha vida à formação acadêmica e agora sequer tenho condições de realizar pesquisa”, desabafa uma professora Doutora do Curso de Agronomia do Campus de Rolim de Moura. “O REUNI apresentado em propagandas do governo federal é totalmente o contrário do que vemos no cotidiano do campus”, afirma um estudante do curso de Engenharia Florestal. Os estudantes do curso de história, há mais de um ano, não receberam nenhum dos livros solicitados pelo departamento para atender as duas turmas que já iniciaram o curso. São 18 turmas de estudantes dos cursos de Pedagogia, História, Engenharia Florestal, Agronomia e Medicina Veterinária que se revezam para estudar em 06 salas de aula ou em espaços improvisados. O curso de Medicina Veterinária, como denunciam os estudantes, possui apenas 03 livros e nenhum laboratório. O curso de Agronomia, criado há 10 anos, deveria ter 18 laboratório, tem apenas 01 laboratório e o mesmo não funciona por falta de equipamentos. A revolta dos estudantes em greve, é que a Reitoria quer criar novos cursos em Presidente Médici e São Miguel do Guaporé, para em seguida abandoná-los, como fez no Campus de Rolim.

Outra questão que motiva a greve é a falta de democracia. A comunidade não sabe o orçamento da Instituição, o despotismo do Reitor em desrespeitar as instâncias de decisão da Universidade e possíveis irregularidades administrativas na aplicação de recursos do REUNI. Em Audiência Pública realizada na câmara de vereadores de Rolim de Moura, parlamentares da bancada federal denunciaram compra superfaturada de terreno para o Campus de Rolim de Moura e o abandono de uma área de 100 ha doada pela prefeitura para implantação do curso de agronomia há 10 anos atrás. Por fim, o movimento dos professores e estudantes exigem o afastamento imediato do Reitor José Januário de Oliveira Amaral, que já vem sendo denunciado no Ministério Público Federal por inúmeras irregularidades em sua gestão, citando o caso do fechamento da Fundação RIOMAR por improbidade administrativa. Auditoria in loco do MEC e da CGU é outra reivindicação da comunidade acadêmica do Campus de Rolim de Moura, que permanecerá em Greve por tempo indeterminado.

Fonte: CEBRASPO

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