A juventude volta a exigir o que é seu

Retirado do Blog da redação do Jornal A Nova Democracia.

Por Rafael Gomes

Durante os meses de agosto e setembro, estudantes de diversas instituições de ensino de norte a sul do país voltaram a se levantar em uma nova onda de mobilizações cada vez mais combativas em defesa de seus direitos e por uma educação pública gratuita e democrática.

Universidade Federal de Rondônia
Linha de frente na greve

Revoltados com a situação de franca deterioração da estrutura da universidade e com as políticas antidemocráticas da reitoria e do gerenciamento federal, os estudantes da Universidade Federal de Rondônia – UNIR assumiram a iniciativa da deflagração da combativa greve que paralisa os campi de Porto Velho, Rolim de Moura e Guajará Mirim.

A greve contou com a adesão imediata dos professores e foi deflagrada por tempo indeterminado, até que seja atendida sua longa lista de reivindicações.


Oportunismo varrido do DCE

Em meio ao intenso clima de efervescência da luta estudantil na UNIR, no dia 24 de agosto aconteceu o Conselho de Entidades de Base do DCE. Nele, os centros acadêmicos, conselheiros e o conjunto dos estudantes deram fim à gestão "Unir para UNIR", dirigida pela UNE (PT-pecedobê).

Os estudantes afirmam que tal diretoria paralisou o DCE num período de um ano, o afastando das lutas que estão sendo travadas a nível nacional contra as medidas antipovo do gerenciamento Dilma Roussef. Denunciam ainda que a gestão ‘Unir para Construir’ de tudo fez para desmobilizar os estudantes e criminalizar as lutas por uma educação pública de qualidade.


Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rebelião contra preço do bandejão

No dia 12 de setembro, estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) fizeram uma manifestação durante a inauguração do restaurante universitário do campus Maracanã. Os manifestantes protestavam contra o preço das refeições, que irão custar R$ 3, valor bem acima do cobrado em outros restaurantes mantidos por universidades públicas.

Diga-se, de passagem, o bandejão na UERJ é privatizado, pois será administrado pela empresa Stillus e terá controle do acesso através de cartões de identificação, catracas e dispositivos de leitura mantidos pelo banco estrangeiro Santander.

Durante o protesto, os estudantes foram impedidos de entrar no bandejão por truculentos bate-paus travestidos de ‘seguranças’ que agrediram vários manifestantes. Os estudantes não recuaram e fizeram um cordão humano impedindo os presentes na festa restrita promovida pela reitoria de saírem local.

A reportagem do AND esteve na manifestação e conversou com os manifestantes.

- Não foi divulgada nenhuma nota da UERJ informando o preço… Muitos alunos precisam passar o dia inteiro na UERJ e não tem uma alimentação digna pra se fazer… Muitos centros acadêmicos não têm uma copa e o preço da refeição não é muito acessível – disse o estudante de Pedagogia, Luiz Felipe.

- A gente estava protestando pacificamente e ele [segurança] disse categoricamente: “Nós estamos aqui para dar porrada em estudante mesmo”. Nossa causa é justa… e eles não querem deixar a gente nem fazer o ato pacífico… Eles não têm nenhuma proposta para nossa reivindicação. Os alunos são deixados de lado. Eles querem transformar isso aqui numa guerra pra sair nos jornais, na mídia burguesa, que ‘os estudantes agridem funcionários’ – protesta o estudante de História, Hugo Müller.

Segundo os estudantes, o gerente estadual Sérgio Cabral, que estaria presente, cancelou sua participação por medo dos protestos. O vídeo da manifestação feito pelo repórter Patrick Granja está disponível no blog da redação do jornal: anovademocracia.com.br/blog.


Universidade Estadual de Maringá
Ocupação por melhorias no ensino e no RU

Centenas de estudantes ocuparam a reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no estado do Paraná, no dia 25 de agosto. A ocupação ocorreu logo após uma assembleia com o reitor Júlio Santiago Prates Filho para discutir os problemas no Restaurante Universitário (RU) e as políticas de sucateamento do ensino público.

Em protesto, os estudantes da UEM exigiam melhorias no RU, a instalação de restaurantes em todos os campi da Universidade e a contratação de mais professores titulares pela instituição. Os manifestantes denunciaram que os seguranças da UEM teriam usado aparelhos de choque para deter a manifestação estudantil.

No dia 2 de setembro a reitoria foi desocupada. Durante os oito dias de luta, o movimento estudantil da UEM demonstrou combatividade e capacidade de organização. As assembléias contaram com a participação de cerca de 2 mil pessoas. Um dia antes da desocupação, a reitoria foi obrigada a atender as reivindicações impostas pela mobilização.

Universidade de Brasília
Reitoria ocupada

Em 13 de setembro, centenas de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) protestaram e ocuparam a reitoria contra a demora nas obras do campus de Ceilândia.

Há três anos os estudantes estão tendo aulas no campus improvisado no Centro de Ensino Médio nº 4, em Ceilândia Sul. A construção dos blocos Unidade de Ensino e Docência e Unidade Acadêmica foram licitadas no segundo semestre de 2008. A empresa que venceu a licitação tinha 300 dias para concluir as obras, mas só concluiu a primeira etapa das construções em junho deste ano que, mesmo assim, foram entregues inacabadas.

Ao chegarem na entrada da reitoria, os estudantes foram recebidos com truculência pelos seguranças da UnB, mas não se intimidaram e ocuparam o prédio. O movimento estudantil da UnB promete se manter mobilizado enquanto não tiver garantias de que as obras dos prédios do campus Ceilândia vão ser concluídas.


Universidade Federal de Mato Grosso
Manifestação por melhorias

Por volta de 800 estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ocuparam a reitoria na manhã do dia 15/9 exigindo melhorias no ensino e na estrutura da universidade. Uma das reivindicações é a garantia de 10% do PIB para ser distribuído entre as instituições de nível superior.

Além disso, os universitários exigem a reabertura do Restaurante Universitário e da biblioteca; ampliação do número de bolsas; construção do hospital universitário; abertura de vagas para a Casa dos Estudantes Universitários; construção da creche para filhos de servidores e estudantes; e acessibilidade para os alunos portadores de necessidades especiais.

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