NOTA SOBRE REUNIÃO COM O SESU/MEC

Nota sobre a Reunião com o Secretário de Educação Superior do MEC e Nossas Perspectivas de Luta

Porto Velho, 17 de outubro de 2011.

À Comunidade Acadêmica da UNIR, Sociedade Rondoniense em Geral e Segmentos Sociais Vinculados à Educação Pública

Vimos aqui, com grande satisfação, anunciar a toda a comunidade acadêmica da UNIR, à sociedade rondoniense em geral e a todos os segmentos sociais vinculados direta ou indiretamente à Educação Superior Pública os encaminhamentos da reunião realizada na manhã deste dia com o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, o sr. Luiz Claudio Costa, e nossas perspectivas de luta diante da exigência do afastamento do sr. José Januário Oliveira Amaral do cargo de administrador máximo da nossa Instituição.

A reunião, realizada na manhã desta segunda-feira, foi dirigida pelos próprios estudantes, por meio do seu Comando Geral de Greve, em conjunto com os professores, por meio de seu Comando de Greve, a partir de discussões realizadas anteriormente, por meio de Assembleia Geral dos Estudantes conjugada com reunião do Comando Unificado de Greve.

Realizou-se na mais completa tranquilidade, tendo sua mesa principal composta pelo Comando Geral de Greve dos Estudantes, pelo sr. Luiz Claudio, por representantes do Comando de Greve dos Professores e por representantes da Administração Superior da Universidade.

            Mais uma vez demonstrando a sua completa falta de disposição para o diálogo franco e aberto com a comunidade acadêmica, o sr. Januário Amaral tratou de não se fazer presente nesta importante reunião, deliberada na própria mesa de discussão realizada ao dia 11 deste mês na Secretaria de Educação Superior do MEC em Brasília, além de não apresentar qualquer justificativa para sua ausência.

Limitou-se a pura e simplesmente enviar, de forma desrespeitosa, dois de seus mandatários, na figura da sra. Aparecida Zuin, sua Assessora de Gabinete, e na figura do sr. Joel Bombardelli, seu pró-reitor de planejamento, que sequer tiveram condições de discutir de forma qualificada as pautas de reivindicações apresentadas pelos estudantes e professores da nossa Universidade.

Tratou, também, de tentar se aproximar do sr. Luiz Claudio quando este estava prestes a sair de Porto Velho, certamente buscando justificar as inúmeras lambanças que tem levado a frente junto à UNIR, além de bajular o seu superior hierárquico.

Acabou sendo surpreendido por um conjunto de estudantes que coincidentemente também foram ao Aeroporto, ocasião na qual viu frustrada a sua tentativa de abrandar a situação que cada vez se mostra mais complicada para a sua pessoa.

Ora, que postura é esta de não se mostrar disponível ao diálogo com a comunidade acadêmica, ausentando-se da reunião sem qualquer justificativa e ao mesmo tempo tentar bajular seu chefe quando da saída deste da cidade senão a prova mais cabal da falta de disposição para a conversa franca e aberta por parte do sr. Januário Amaral, que tenta, de todas as maneiras, lançar aos quatro ventos exatamente o contrário, dizendo que é o Comando de Greve que se furta à conversação a respeito de suas reivindicações?

O grande saldo que pudemos ter da reunião realizada esta manhã foi sem dúvida a possibilidade de abertura de um canal de diálogo com o Ministério da Educação, que era uma de nossas principais exigências.

Por meio deste canal, pudemos alavancar grandes avanços em nossa luta, que se materializam nos seguintes encaminhamentos retirados da reunião:

1.      Compromisso da SESu no sentido do envio de uma contraproposta à pauta de reivindicações apresentada pelo Comando Geral de Greve dos Estudantes, no prazo máximo de 07 (sete) dias;
2.      Abertura de uma sindicância externa para a apuração das inúmeras denúncias de irregularidades na Administração Superior da Universidade;
3.      Nomeação de uma Comissão, no âmbito da estrutura administrativa do MEC, que terá a atribuição de gerir a crise institucional pela qual passa a UNIR.

É necessário termos claro que estes encaminhamentos representam uma grande vitória para os estudantes e professores que tem levado a frente esta árdua luta em prol de uma Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e Democrática.

É necessário termos em mente também que esta vitória se dá, essencialmente, em função da nossa firme decisão de escolhermos o caminho da luta, e não o caminho da conciliação, para construirmos, com o nosso próprio suor e nossa disposição, a Universidade que tanto sonhamos.

Contudo, devemos ter clareza de que ainda não avançamos plenamente dentro daquilo que se constitui enquanto a mais central das nossas reivindicações neste momento: a expulsão do sr. Januário Amaral do cargo que ocupa junto à Universidade, sem prejuízos das sanções cíveis e penais que venham a decorrer de condenações diante das inúmeras denúncias que pesam sobre a sua pessoa e as dos indivíduos que compõem seu grupelho dentro da Universidade. Além disso, compreendemos que é necessário avançar ainda mais dentro dos próprios encaminhamentos retirados junto ao Secretário de Educação Superior do MEC.

Assim, em Assembleia realizada posteriormente à reunião com o sr. Luiz Claudio Costa e com os mandatários do sr. Januário Amaral, deliberamos por dar continuidade à nossa greve, compreendendo que o momento é de avançarmos em nossa luta e que, continuando firmes nela, temos plenas condições de extrair este verdadeiro câncer que se encontra encravado em nossa Universidade e que se materializa, ao menos por estas bandas, na corja do REItor desta Instituição e seu grupo.

Deixamos claro aqui que não temos a menor intenção de retroceder em nossas exigências. Temos claro para nós que este é um momento único na história da Universidade Federal de Rondônia.

Um momento no qual estudantes e professores se unem e se organizam naquela que tem se demonstrado enquanto a maior manifestação de luta encontrada na história desta Universidade e quiçá das Universidades Públicas brasileiras nos últimos anos.

Uma luta que se direciona essencialmente contra uma corja parasitária que se alojou em nossa Universidade e que vem sugando, sistematicamente, os recursos dos quais ela necessita para manter-se viva e operante, deixando-a doente, com a sua estrutura – que já é parca, tendo em vista as sistemáticas políticas de sucateamento que têm sido levadas a cabo pelo Governo Federal há um bom tempo – deixando a desejar em boa parte daquilo que pode oferecer.

Deixamos claro também que não temos intenção alguma em desocupar o prédio da Administração Superior da Universidade até que o sr. Januário Amaral seja retirado do cargo que ocupa.

Temos claro para nós que esta ocupação desempenha um papel chave para este processo, tendo em vista a função de pressão política que este ato possui no contexto em que vivemos.

Além disso, estamos certos de que, por meio deste nosso ato, estamos protegendo provas de eventuais casos de corrupção em nossa Universidade, ainda mais tendo em perspectiva o fato de que o Ministério Público Estadual já encontrou, ainda nesta semana, provas de corrupção no âmbito da Fundação Rio Madeira.

Além disso, sabemos que computadores foram removidos por vários dias das pró-reitorias de Graduação (PROGRAD) e de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (PROCEA), localizadas no campus de Porto Velho, sabe-se lá por quais motivos.

Aqui cabe o questionamento: dentro de um contexto como este, no qual surgem fartas denúncias contra a administração do sr. Januário e seus aliados e que o próprio MPE encontra elementos de corrupção da fundação de apoio da UNIR, por que os senhores administradores de nossa Instituição se comportam desta maneira? O que temem afinal?

Ainda com relação à ocupação do prédio da UNIR Centro, cabe entrar na discussão levantada pelo Juíz signatário da ação de reintegração de posse da estrutura, que justifica o seu ato dentro da perspectiva de que o prédio constitui-se enquanto um patrimônio histórico e que temeria eventuais ações de depredação do prédio.

Quanto a isto, devemos dizer que temos plena consciência da constituição do prédio que ocupamos enquanto um patrimônio histórico nosso, e não temos intenção alguma de lhe causar danos.

Muito pelo contrário, podemos afirmar que nós, estudantes que ocupamos este prédio, estamos tratando-o com um cuidado que nenhum reitor, professor ou funcionário da UNIR nunca viria a tratá-lo.

Afinal, quando gritamos, em nossas palavras de ordem, que “A UNIR É NOSSA!”, não falamos isso de forma aleatória.

Pelo contrário, quando dizemos isso, queremos dizê-lo em todos os seus aspectos, tanto do ponto de vista que queremos e devemos dar nossa contribuição em seu processo de construção, como também que devemos cuidar e fazer com que a nossa Universidade seja bem tratada, em tudo o que lhe disser respeito
Encontramo-nos em um momento de unidade.
De luta. De organização.

Um momento de seguirmos na ofensiva contra este grupo que usurpa a democracia dentro da nossa Universidade. Estamos em um momento de unidade não apenas dentro do âmbito acadêmico, mas também no âmbito das relações da UNIR com a nossa sociedade.

Tendo isto em vista, concluímos este documento com um chamado à solidariedade dos nossos concidadãos rondonienses e brasileiros, no sentido de que estes nos apoiem em nossa luta, por meio sobretudo de doações de alimentos e óleo diesel para a manutenção do gerador elétrico que tem mantido um certo grau de conforto nas noites que temos passado ocupando o prédio da REItoria da UNIR.

Assim, conclamamos a todos para que nos apoiem e que contribuam, na medida de suas possibilidades, para esta luta histórica que tem-se desenvolvido em nossa Universidade.

Todo apoio é bem vindo!


Viva o Movimento Estudantil Independente e Combativo!
Não Queremos REItor Salafrário! Fora Januário!

Comando Geral de Greve dos Estudantes da UNIR

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