Unimontes: burocracia, corrupção e coronelismo


Unimontes: burocracia, corrupção e coronelismo

Montes Claros, dezembro de 2011.

A REItoria da Unimontes está envolvida em mais um escândalo. Desta vez, o Ministério Público Estadual move ação judicial através da qual se apuram denúncias de corrupção e falta de democracia na instituição. O processo (0433.10.01.78-04) questiona a existência de “servidores” que exercem funções administrativas, mas que foram contratados como docentes, sem prestarem concurso público ou qualquer processo seletivo.

Vale destacar que, o que está sendo noticiado pela imprensa como novidade, já havia sido amplamente denunciado pelo movimento grevista de 2010 e, particularmente, pelo sindicato dos professores (Adunimontes). 

Enfim, trata-se de mais um episódio que comprova o caráter antidemocrático da Unimontes e o já enraizado estilo coronelista de gerir o patrimônio (que deveria ser público), mas que é usado como moeda de barganha pelos mafiosos grupos de poder que controlam a instituição. Mais um episódio porque, infelizmente, não é o primeiro e sequer o mais grave. 

Utilizar a estrutura da universidade pública para atingir interesses próprios, alheios aos da Comunidade Acadêmica (como faz a REItoria), é privatizá-la. Este é o problema central, a questão de fundo que as matérias nos monopólios da imprensa insistem encobrir em seu afã sensacionalista.  A corrupção é apenas a forma encontrada pelos grupos de poder alocados na administração superior da universidade de atingirem seus escusos objetivos. E, diga-se de passagem, a forma mais velha e porque não dizer tradicional de se fazer politica no Norte de Minas.

A velha prática coronelista de corromper e cooptar através de “cargos” e “favores”, criando e fortalecendo relações de “apadrinhados” por meio das quais se trama uma rede infinita de “gratidão” e “obrigações”.  Como se vê, a REItoria da Unimontes “peca” também no quesito criatividade, pois apesar do ar de modernidade que tenta a todo custo transparecer, não é capaz (até mesmo porque não está interessada) de se desvencilhar das surradas fórmulas do “jeitinho brasileiro” e do “toma lá da cá”. 

É evidente, no entanto, que esta politicagem suja, rasteira, baseada na corrupção e assédio moral não é exclusividade da atual REItoria. Sobretudo, porque os indivíduos que compõe tal seleto e ilustre grupo não são mais do que continuadores do projeto de seus antecessores, representando os interesses dos mesmos grupos de poder de dentro e fora da universidade. Como não poderia deixar de ser, tendo em vista as estruturas arcaicas e antidemocráticas que prevalecem na Unimontes: lista tríplice, conselhos e departamentos com baixíssima representação estudantil, inexistência de paridade em quaisquer instância, falta de transparência, conselhos aparelhados pela REItoria, etc, etc e etc...

Além do que, é importante dizer que a corrupção está longe de ser uma peculiaridade de nossa universidade, como ficou evidenciado nos episódios que antecederam às históricas greve geral e ocupação do prédio da reitoria da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e que culminaram no afastamento do então REItor Januário Amaral, envolvido em esquemas milionários de desvio de verbas públicas. 

Para derrubarmos esta burocracia que se encontra encastelada na REItoria e darmos passos concretos na democratização da Unimontes é necessário um movimento COMBATIVO eUNIFICADO que seja capaz de trazer a tona o debate acerca do modelo de “gestão” e “desenvolvimento” em curso na Unimontes, demonstrando para a toda Comunidade Acadêmica e sociedade Norte Mineira a urgência de mudarmos os rumos de nossa universidade, com mais investimentos públicos, democracia  e autonomia!
Rebelar-se é justo!
Movimento Estudantil Popular Revolucionário – MEPR

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