Nota de Esclarecimento do DCE/UNIR

Nota de esclarecimento do DCE/UNIR
Sobre os protestos e as acusações proferidas contra este diretório

"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."
Os que lutam”, Bertold Brecht

Porto Velho, 29 de Junho de 2013.

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia (DCE/UNIR) vem a público repudiar os ataques que este diretório e os estudantes desta universidade vêm sofrendo pelos integrantes do “movimento” #VemPraRuaPvh (sic), que há cerca de duas semanas vem tentando denegrir e inventando todo tipo de mentiras contra esta entidade e os membros de sua diretoria.

1- Entendemos que a onda de manifestações populares que está ocorrendo em todo o país é legítima e independente, portanto, não há donos ou líderes “oficiais” para tais protestos, apenas as lideranças que são referências e surgem naturalmente no curso da luta. Protestos que são frutos de um descontentamento geral do povo com a política oficial do estado brasileiro. Uma explosão espontânea da população que se lança em luta contra as péssimas condições de vida, péssimos serviços públicos, superexploração do trabalhador, contra o salário de fome, os gastos excessivos do governo federal com copa do mundo e olimpíadas enquanto seus direitos históricos continuam sendo negados e retirados pouco a pouco.

2 - Sobre a organização autoritária dos Atos em “defesa” da democracia, “organizados” pelo “Movimento” #VemPraRuaPvh;

Os tais “organizadores” do Ato, ocorrido no dia 20/06, tagarelaram bastante sobre “defesa” da democracia, mas, na prática, demonstraram ser extremamente autoritários e tendenciosos. Nas reuniões acontecidas dias antes do evento, decisões foram tomadas coletivamente por todos que queriam ajudar na construção e organização da série de protestos em Porto Velho. No dia do ato eles não cumpriram nada do que foi acordado nas reuniões. Levaram um carro de som e na concentração se apossaram do microfone, não permitindo o direito de fala a outros manifestantes, inclusive tomando o microfone da mão de quem tinha opinião diferente. Mentiram descaradamente, dizendo que ameaçavam queimar (!) o carro de som. Mudaram o trajeto da passeata que, como definido em reunião, passaria por todos os prédios do poder político de Porto Velho e ficaria no centro da cidade. O que fizeram foi manobrar e levar os manifestantes para os viadutos, afim de atender os interesses dos empresários e políticos da Rua da Beira.

3- Após o dia 20/06 várias acusações e difamações foram dirigidas ao DCE e aos membros da sua diretoria, além de xingamentos e ofensas proferidas nas redes sociais à estudantes da UNIR. Até mesmo uma adolescente, estudante do IFRO, foi hostilizada e sendo, erroneamente, classificada como parte do DCE, teve sua imagem exposta e sua figura denegrida através de vários compartilhamentos, acusações e comentários no mínimo cruéis a seu respeito. Todos os materiais comprobatórios estão sendo reunidos por advogados apoiadores das lutas populares e os autores desses atos serão investigados e responsabilizados judicialmente.
Por esses vários motivos, após o segundo ato a “organização” se dividiu em vários grupos, pois ninguém concordava com os métodos autoritários e de autopromoção dessas ditas lideranças.

Os senhores Djalma Nunes, Diego Bicalho e Iansen Rayol foram à imprensa como supostos “líderes” da juventude que protesta na cidade com o vil objetivo de atacar o DCE, dizendo que somos “violentos e incitamos o vandalismo”. Se se preocupam tanto em melhorar o país, porque não se encarregam de organizar um protesto da forma como julgam ser a melhor em vez de gastarem suas fichas e energias na tentativa de nos difamar e denegrir? No fundo temem que a população se revolte e questione os privilégios dos quais as classes dominantes se beneficiam, exigindo uma transformação radical e completa e não a maquiagem de “reforma política”, pauta defendida tanto pela Dilma (PT), quanto pelos pretensos “organizadores”.

4- Não somos como vocês, não queremos ser os “donos” dos protestos!

Não somos “violentos” e nem incitamos o “vandalismo”, porém defendemos o direito do povo lutar por seus direitos, seja da forma que for. O DCE é a entidade de representação máxima dos estudantes da UNIR. Este diretório esteve na linha de frente com os estudantes combativos durante a vitoriosa greve e ocupação da reitoria da UNIR em 2011. Sofremos estes mesmos ataques, de que somos radicais, baderneiros que usam “capuz” e etc. Estamos acostumados com este tratamento, pois neste país, quem não arreda o pé na luta por seus direitos, quem se organiza com independência, combatividade e adota medidas para se proteger das agressões do estado, é sempre tachado pelos monopólios de imprensa a serviço dos governantes como baderneiros e criminosos.
Atacam com ódio o DCE pois este diretório está ao lado não só dos estudantes, mas também da luta popular e do povo trabalhador. O caminho que estamos propondo é o da luta combativa e de denúncia, de fazer manifestações em outros moldes, oposto ao caráter disperso e despolitizado do 2º Ato.

5- Com estes princípios foi constituída a Frente de Luta Popular da qual participamos, juntamente com outros democratas e movimentos populares, ajudando a organizar as manifestações, estas sim, democraticamente construídas. A juventude não quer sair às ruas pra dançar, cantar e fazer festa, como quer a rede globo e toda a imprensa vendida. Ela quer protestar e denunciar o caos em que está nossa sociedade! A juventude já não pede, exige!

6- SIM Senhores! Houve abuso nas ações da PM e da COE!

O DCE e vários Centros Acadêmicos apoiam e assinam a nota divulgada pela reitora da UNIR, Berenice Tourinho, em repúdio a ação desmedida da PM.

Os manifestantes que se dirigiram para a UNIR Centro, no dia 26/06, após saírem da prefeitura, estavam realizando assembleia para definir a próxima manifestação e discutir sobre o convite do prefeito para reunião no dia seguinte. A maioria estava de costas para a rua quando a COE – Companhia de Operações Especiais da PMRO, com seus policiais sem identificação nos uniformes, iniciou um ataque covarde contra os manifestantes, atirando várias bombas de gás lacrimogênio nas dependências da UNIR e na praça Getúlio Vargas, atingindo manifestantes e transeuntes, acabando com a assembleia na UNIR e com a festa no mercado cultural. Centenas de pessoas são testemunhas dos abusos e da truculência da PM e os vídeos publicados na internet são claros em mostrar isso.

Há relatos de que os policiais que saíram em perseguição dos manifestantes pelas ruas do centro de Porto Velho espancaram um adolescente antes de prendê-lo e que em outro jovem deram tapas na cara e jogaram spray de pimenta dentro de sua calça após ele ser detido. Este procedimento é padrão da polícia? Parece que sim, o povo pobre das periferias os conhece bem e os fatos por todo o país também comprovam tais procedimentos como uma política comum das polícias.

7- Que os governantes e grandes exploradores tremam, pois a juventude não hesitará em acabar com as injustiças desse país e os estudantes terão sim, parte ativa nesse processo. Reafirmamos nossa disposição de luta participando ativamente das reuniões da Frente de Luta Popular e das manifestações futuras, não deixaremos escapar as lutas e conquistas que virão! Se o presente é de luta o futuro será nosso!



DCE/UNIR - Diretório Central dos Estudantes da UNIR


Gestão: “23 de Novembro”

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